quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sentimentos indomáveis

Ainda hoje não entendo como aconteceu, quando dei por mim estava a caminhar para um poço  sem fim, um poço escuro, sóbrio e assustador, um poço do qual não poderia sair.
Tudo na minha cabeça estava uma tremenda confusão. Os meus pensamentos eram sempre os mesmos e a minha vontade de estar contigo aumentava. A saudade corroía-me lentamente, era um veneno, um veneno que me mata lentamente, e que dói , dói de uma maneira inexplicável…
O  mundo caiu-me em cima, não estava a conseguir suporta-lo. As vozes da minha imaginação diziam-me para desistir …
Fiquei sem forças.
“Quem sou eu? ; O que faço aqui? ; No que me tornei?" 
Perguntava-me isto frequentemente. Nem eu mesma sabia quem era. Tinha criado uma pessoa diferente, uma pessoa dura, orgulhosa e que pensava que a razão estava sempre do meu lado, mesmo não estando, uma pessoa imatura e ingrata, que não se importava com os sentimentos  e com os pensamentos dos outros,  nem se sofriam ou não, um monstro ...
De um momento para o outro perdi tudo! As raras e verdadeiras pessoas que conseguia estimar abandonaram-me, estava como um naufrago, não sabia o que fazer, pensar, sentir….
Explodia de emoções, emoções más, que me destruíram…
Sentia a minha vida a desfalecer e a única vontade que tinha era morrer, já nada fazia sentido para mim. Era tudo forte demais e eu sabia que não ia aguentar…
Os erros que tinha cometido eram grandes demais para serem perdoados, e eu sabia disso e, mesmo assim não parei, continuei pensando que estava certa, ignorando os conselhos que me davam, os avisos, tudo. Tinha-me tornado cega, muda e surda para o mundo. Sustentava-me apenas com as meras recordações, com o meu orgulho e  um pouco de esperança. Por momentos deixei de sentir o coração bater, tinham-me congelado…
A minha insegurança, o meu medo e a minha desconfiança cresciam rapidamente. Já nem em mim confiava, tinha medo de mim mesma, medo da pessoa que me tornei.
Era como um pesadelo e eu queria acordar e não conseguia…
Já não me sentia humana, não era ninguém…
Tentei lutar e esquecer por momentos o que me estava a acontecer, era impossível, sempre que pensava em algo bom as angustias invadiam-me.
A minha ferida estava cada vez estava maior e era difícil fecha-la.
Não parava de pensar em todos os momentos que passei, na vida maravilhosa que levei e nas pessoas incriveis que nela habitaram.
Estava desesperada, completamente destruída, com raiva de mim mesma, pois eu sabia que nada ia voltar ao que era…
Perdi quem mais amava por estupidez e ciúme…
Sonhar era  a única maneira que me restava de o sentir perto, de prolongar os momentos perfeitos que tive com ele, de sentir de novo os seus  lábios nos meus, de ver de novo o seu olhar cruzar-se com o meu, era a maneira mais viável de o sentir em mim.             
Errei.
E agora ? Que vai ser de mim ? Que me vai acontecer?
Perguntas sem respostas. Sofrimento, lágrimas derramadas, memórias e histórias p'ra nunca contar.