Às vezes gostava de apagar da memória o cheiro da tua carne e o peso do
teu peito em cima do meu, esquecer os teus olhos que viajavam pelo meu corpo
sempre à procura de mais prazer, das tuas mãos compridas que me agarravam as
ancas e o cabelo. Mas a memória do prazer é autónoma e traiçoeira, vem de tudo
e do nada e o pior é que só serve para nos distrair da realidade, nos arrancar
dos outros para depois nos devolver o coração mutilado pela saudade. Mas quando
me lembro de ti, também guardo a lição de uma forma diferente de amor. Foi
contigo que aprendi a amar sem pensar se no dia seguinte ainda estarias comigo.
Contigo o amor nunca foi um acto de funcionalidade, mas apenas um jogo de
sintonia.Talvez seja por isso que ainda te ame tanto.
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